A designação de bombeiro vamos encontrá-la no seu indispensável objecto de trabalho – a bomba de puxar, de elevar e de projectar a água. Foi o utensílio de trabalho que deu o nome, não só à profissão, mas a esta nobre missão de voluntariado, de disponibilidade, de salvar vidas e haveres fazendo jus ao nobre lema – Vida por Vida.
Incêndios houveram ao longo da história, que foram verdadeiros e terríveis meios de destruição utilizados pelo homem. E depois, aconteceriam também os incêndios que hoje acontecem, acidentais ou fruto do descuido, da incúria ou de alguma tendência criminosa.
Necessariamente que as sociedades tinham que organizar-se, de forma a estarem preparadas para responder às calamidades do fogo.
Sabe-se que, em Portugal, a primeira legislação ou determinação legal sobre o assunto, data de 25 de Agosto de 1395, por carta régia do rei D. João I, mais virada para a cidade de Lisboa, onde era determinado que os pregoeiros da cidade saíssem de noite pelas ruas, a avisar em voz alta os moradores de que deviam tomar cuidado com o lume em suas casas. Quando se manifestasse algum incêndio em qualquer ponto da cidade, os carpinteiros e calafates eram obrigados a comparecer com os seus machados, assim como as mulheres. E isto vigorou praticamente durante dois séculos, até ao reinado de D. João IV, altura em que se introduziu para a cidade de Lisboa, um modelo utilizado em Paris. E foi a partir daqui que se começaram a organizar estruturas de base, com algumas ferramentas específicas e armazéns.
É no final do século XVII, talvez em 1681, que vêm da Holanda as primeiras duas bombas e uma grande quantidade de baldes de couro.
Procedeu-se ao alistamento geral de todos os pedreiros e carpinteiros residentes na capital, com obrigação de acudirem aos sinistros, sendo-lhes aplicada a pena de dois meses de prisão, por cada incêndio a que faltassem.
É a partir daqui, que começam a surgir as primeiras corporações de bombeiros voluntários em Lisboa e no Porto e que depois se vão multiplicando um pouco por todo o País.
Hoje há um total de 472 Corpos de Bombeiros, estando distribuídos por Corpos de Bombeiros Sapadores, Corpos de Bombeiros Municipais, 431 Associações de Bombeiros Voluntários e Corpos de Bombeiros Privativos.
Um Corpo de Bombeiros é uma unidade operacional tecnicamente organizada, preparada e equipada para o cabal do exercício de várias missões:
Ao Corpo de Bombeiros Voluntários da Mangualde cabe a responsabilidade de assegurar a vertente operacional da sua Entidade Detentora, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Mangualde, cabendo a esta a função de gestão administrativa do Corpo de Bombeiros.
A nossa missão é em tudo semelhante à das restantes Associações/Corpos de Bombeiros:
* A Protecção, Prevenção e Combate a Incêndios;
* O socorro às populações em caso de incêndios, inundações, desabamentos, abalroamentos e em todos os acidentes, catástrofes ou calamidades.
* O socorro a náufragos e buscas subaquáticas.
* O socorro e transporte de sinistrados e doentes, incluindo a
urgência pré-hospitalar
*A prevenção contra incêndios em edifícios públicos, casas de espectáculos e divertimento público e outros recintos, mediante solicitação e de acordo com as normas em vigor, nomeadamente durante a realização de eventos com aglomeração de público.
* A emissão, nos termos da lei, de pareceres técnicos em matéria de prevenção e segurança contra riscos de incêndio e outros sinistros.
* A colaboração em outras actividades de protecção civil, no âmbito do exercício das funções específicas que lhes forem cometidas.
* A participação noutras acções para as quais estejam tecnicamente preparados e se enquadrem nos seus fins específicos.
* O exercício de actividades de formação cívica, com especial incidência nos domínios da prevenção contra o risco de incêndio e outros acidentes domésticos.